domingo, 6 de fevereiro de 2011

Rabelo: fim da miséria depende de nova política de câmbio e juros

Via Portal Vermelho:


Na abertura do Curso de Nível 3 da Escola Nacional do PCdoB nesta sexta-feira (4), Renato Rabelo, presidente do partido, colocou em pauta a principal equação que precisa ser solucionada no governo Dilma Rousseff: garantir um desenvolvimento forte e contínuo com distribuição de renda de maneira a avançar no projeto implantado por Lula ao longo dos últimos oito anos. O cerne da questão, no entanto, é como atingir tal resultado com a atual política de juros altos e câmbio sobrevalorizado.

 
Rabelo aponta soluções 
Tendo em vista este desafio, do ponto de vista econômico o problema é como ampliar a taxa média de crescimento acima dos 4% que marcaram os dois mandatos de Lula para solucionar a questão da distribuição de renda e erradicação da pobreza. “Acabar com a miséria será um grande avanço social, mas não vemos como viabilizá-la e como possibilitar uma melhora de vida do nosso povo sem aumentar nosso índice de crescimento. E para isso, é preciso levar em conta duas questões que atravancam o processo de desenvolvimento: a alta taxa de juros e a sobrevalorização do real”, ressaltou Renato Rabelo. 

A alta taxa de juros, lembrou o dirigente comunista, “aumenta a dívida pública, favorece a transferência de renda para o setor financeiro – verdadeiro parasita da nossa economia – e retira os investimentos das áreas produtivas que respondem pela geração  de emprego”.

A elevação cambial, por sua vez, aumenta o valor do real, o que prejudica a exportação. “Aparentemente, a moeda fica forte, mas a verdade é que se trata de um jogo em que se derruba o próprio real. Mais dólar entra, fica pouco tempo, rende com os juros e vai embora, sem beneficiar o país em nada”, enfatizou.

Outro aspecto que precisa ser levado em conta é que ao contrário do que se apregoa, tais questões não são meramente econômicas ou técnicas, mas também políticas. “Nenhuma economia se desenvolveu por muito tempo com câmbio valorizado e juros altos. Mas, os setores financeiros seguirão pressionando o governo para fazer valer os seus interesses. Para inverter a lógica rentista, é preciso luta política e social. Se fizermos um trabalho mobilizado, podemos vencer essa batalha”.


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