segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Secretários Beto Richa têm supersalários no Paraná

Via Gazeta do Povo:


Onze secretários de estado do governo Beto Richa “engordam” seus vencimentos com participação em conselhos de estatais do Paraná. Nomeados pelas assembleias gerais das empresas, a partir de indicações do governador, os secretários (e alguns funcionários do segundo escalão) recebem até R$ 5,8 mil em remunerações mensais para participar das reuniões destes conselhos que, na maioria das vezes, ocorrem apenas uma vez por mês. No fim do ano passado, os secretários (no total, são 26) já tinham sido agraciados com um aumento dos seus salários em mais de 40%. Os vencimentos saltaram de R$ 13,9 mil para 19,6 mil.
O número de secretários beneficiados pode aumentar se o governador resolver nomear outros integrantes do primeiro escalão como novos conselheiros na Paranaprevidência e se a Copel usar a prerrogativa de indicar quatro nomes, entre eles o vice-presidente, na Sercomtel, a empresa de telecomunicações de Londrina, cuja administração é compartilhada pela estatal paranaense de energia e pela prefeitura do município no Norte do estado.
A maior parte dos conselheiros dessas instituições são membros do primeiro escalão do Poder Executivo ou estão diretamente ligados a eles. Três secretários de estado acumulam funções em dois conselhos ao mesmo tempo: o secretário da Fazenda, Luiz Carlos Hauly; o secretário de Infraestrutura e Logística, José “Pepe” Richa Filho; e o procurador-geral do estado, Ivan Bonilha.
Relação dúbia
“Essa proximidade entre o Executivo e o conselho das estatais leva a uma relação dúbia de interesses”, afirma o cientista político da Universidade de Brasília (UnB), Leonardo Barreto. De acordo com ele, essa modalidade de comando das empresas estatais e paraestatais, em que os conselheiros são também membros do governo, limita a independência na capacidade de decidir dos administradores. “A representação não cumpre a sua real função. Há uma sobreposição de cargos. É o rato vigiando o queijo. Fica a tradição de não aceitar compartilhar o poder”, afirma Barreto, que lembra ainda do problema moral de se “engordar o salário” do funcionário comissionado com cargos dentro desses conselhos.

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